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Mala de maternidade para o pai

A mãe e bebé já têm a mala da Maternidade preparada. E a mala de maternidade do pai, já está pensada e preparada também?
Sim, porque o pai, ou companheiro(a) de nascimento, também precisa de mala para levar para o hospital para acompanhar a mãe.

Para que nada falte, aqui fica uma pequena lista orientativa da mala da maternidade para o pai, que lhe poderá ser útil.
– Carregador e Telefone 
– Snacks 
– Água 
– Camisa/t-shirt e muda de roupa interior
– Artigos de higiene (escova dentes, pasta, desodorizante… ) 
– Moedas para estacionamento ( se for o caso)
– Documentos e cópia de plano de parto
– Livro ou tablet ( para quando a mãe estiver a descansar, mas atenção para não se distrair ou esquecer de apoiar a mãe) 

Confirme se tem toda a documentação necessária de gravidez e leve umas cópias extras do Plano de Parto.

Pelo caminho, conduz calmamente e em segurança. A mãe Hypnobirthing agradece toda a calma e tranquilidade nesta fase. 
E lembre-se dos exercícios de apoio à mãe, da respiração 4/8, das frases de conforto e motivação e de respirar fundo para se acalmar… pois este vai ser um dia inesquecível

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Parto poderoso
O parto não tem de ser sinónimo de sofrimento

“O parto é um momento poderoso e intenso mas não tem se ser sinónimo de sofrimento”. Esta é uma frase que digo imensas vezes às grávidas que acompanho e na qual acredito profundamente. Os testemunhos das mães Hypnobirthing também a confirma.

Quase sempre, no início da conversa, recebo olhares de descrédito por parte da maioria de muitas grávidas.
É natural, pois nós mulheres crescemos a acreditar no contrário. Resignamo-nos à ideia de que o sofrimento é a única forma de fazer nascer um filho.

Quando me é dada a oportunidade de explicar como funciona o Hypnobirthing, vejo aparecer aquele brilho nos olhos de quem percebe a razão. Vejo aquela pequena luz de esperança de quem começa a questionar as crenças de sofrimento, enraizadas há tento tempo.

Parto poderoso

Adoro ver aquele brilho no olhar. Como se fosse uma pequena luz ao fundo do túnel.

Começam por colocar algumas perguntas, para entender o conceito e, devagarinho, vai fazendo mais sentido.

Aí, revejo-me em todas elas, quando percebi REALMENTE o que era o Hypnobirthing e porque é que funcionava.

Tão Simples!

É tão simples e faz tanto sentido que é quase inacreditável!
Como aquelas invenções em que pensamos: “é tão simples, como é que ninguém se tenha lembrado disto?

Realmente, quando questionamos e entendemos o conceito é o que acontece. Mas, para isso, há que ter interesse, perguntar porquê ou como.

A ideia de um parto doloroso está tão enraizada na sociedade moderna que muitas mulheres nem se questionam sobre a razão. Apenas aceitam, com total resignação.

E isto é preocupante porque, tal como demonstrou o pediatra Michel Odent, a forma de trazer um bebé ao mundo vai influenciar toda a sua vida. E, na maioria das vezes, é através de grande sofrimento e aflição que trazemos os nosso filhos ao mundo.

Foi uma experiência traumática de parto que me levou pelo caminho do Hypnobirthing, exatamente porque não me fazia sentido tanto sofrimento para algo tão bonito como ter um filho.

Tinha de haver outra forma…

E passados alguns anos e muito estudo, consigo ajudar as grávidas com quem trabalho. Digo, a cada uma delas, a mesma frase e explico o porquê. E, quando entendem, faz-lhes sentido, tal como me fez a mim quando conheci o Hypnobirthing.

Mas para isso, é preciso que queiram mesmo saber, que queiram mesmo perceber e que queiram mesmo ter um parto bonito e poderoso.
Ainda há tantas mulheres resignadas com o sofrimento que nem acreditam que é possível, o que é preocupante.

Principalmente por saber que as emoções associadas a um dos, senão ao dia mais importante das suas vidas, serão emoções ligadas ao sofrimento.

Há sempre as eternas frases “doeu muito mas valeu a pena” ou “dores paridas são dores esquecidas”.

Mas não, o sofrimento não se esquece e ficam lá as marcas. E bem vejo essas marcas nas mães de segunda viagem que acompanho. A experiência traumática do primeiro parto está lá bem guardadinha. E, talvez por isso, procuram outra forma de vivenciar a sua segunda experiência.

Bem sei que o amor que temos por um filho é maior de que todo o sofrimento mas questiono: como seria essa experiência se retirássemos o trauma do sofrimento?
Se apenas uma mulher parar para refletir sobre estas palavras, já terá valido a pena escrevê-las. Porque acredito que o nascimento de um filho é uma experiência única e sublime e deve ser vivida em harmonia.

Maria Ribeiro
Fundadora do Parto se Medos- Hypnobirthing7- Programa de acompanhamento online com Hypnobirthing.
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Fonte da imagem: oldtownhypnotherapy.co.uk

7 dicas para um final de gravidez calmo

A ansiedade pode ser prejudicial para a mãe, para o bebé e para o trabalho de parto. Aqui ficam 7 dicas para ter um final de gravidez mais calmo e sereno.

Nas últimas semanas de gravidez, o tamanho da barriguinha pode dificultar o sono e os movimentos. É natural que se sinta mais pesada e cansada. Decerto, poderá sentir-se com menos paciência e começar a questionar -se sobre o parto. Se juntarmos o nervosismo natural de não saber quando e como será o nascimento, tudo isto pode levar a um estado de ansiedade, muito usual nesta fase de gravidez.

Como sabe, sentir-se ansiosa não é, de todo, o estado mais indicado para a gravidez. Está, inclusive, demonstrado que a prejudica o trabalho de parto. A ansiedade leva à produção de hormonas incompatíveis com as hormonas do nascimento.

Aqui ficam 7 dicas simples para a ajudar a combater a ansiedade Pré-parto com algumas técnicas do curso Hypnobirthing7:

1- Respire

Inspire profundamente pelo boca e expire longamente e lentamente pelo nariz até se sentir mais calma.

2- Rodeie-se de positividade

Veja filmes sobre nascimentos positivos, leia histórias de partos tranquilos… Assim, proteja-se e evite todos os comentários ou histórias negativas.

3- Medite

Não precisa de muito tempo, basta parar uns minutos. Feche os olhos, respire profundamente e imagine um sítio bem bonito e tranquilo (a sua praia favorita, o campo, um jardim…) Imagine-o com todos os pormenores e sinta-se verdadeiramente lá. Surpreendentemente vai ver que acalma logo.

4- Visualize o seu parto ideal

Feche os olhos e imagine o seu parto ideal, bem tranquilo, confortável e com muitos pormenores positivos.

5- Conecte-se com o seu bebé

Quantas vezes já imaginou o seu bebé durante a gravidez? Muitas certamente.
Então, visualize-o dentro da sua barriga e imagine que pode falar com ele. Indique-lhe que tipo de parto gostaria de ter, pedindo-lhe a sua colaboração, como se fossem uma equipa (que são!).

6- Descanse muito

Por vezes a ansiedade prende-se com o cansaço. Apesar de sabermos que a gravidez não é doença, pode trazer pequenos desconfortos associados. Permita-se parar, descansar, recolher-se… sem sentimento de culpa, e sempre que tem vontade.

7- Ofereça-se momentos de prazer

Sabe aquele filme que já viu 10 vezes e continua a fazê-la sorrir? Aquela música que lhe aquece o coração. Aquela comida que a conforta ou aquele doce de que tanto gosta?
Permita-se estes, e outros, pequenos prazeres. Irá ficar mais satisfeita e, sobretudo, estará a criar um estado de prazer que ajuda à produção de Ocitocina. Recorde-se que esta é a hormona que será a sua grande aliada durante o parto.
Ah e namore… namore muito !

Porque, quando está tranquila e relaxada, o seu bebé também está.

Imagem Google

O que diz a ciência sobre o Hypnobirthing

O Hypnobirthing já foi testado e analisado pelos mais diversos meios. Analisamos a eficácio do Hipnoparto à luz das evidências científicas e aqui ficam alguns artigos e estudos publicados, resumindo o que diz a ciência sobre o Hypnobirthing.

O Hypnobirthing assenta na compreensão do ciclo medo-tensão-dor e na premissa de retirar o medo e ansiedade do parto. Graves (2013) demonstra que promove um parto mais calmo, fácil e confortável porque a dor associada ao trabalho de parto é consideravelmente inferior . Os estudos realizados (Graves, 2013) para compreender o impacto do Hypnobirthing no trabalho de parto demonstram benefícios na utilização do método.


Redução do tempo e alívio da dor

Abassi (2009) concluiu que o Hypnobirthing reduz a duração do trabalho de parto e aumenta o alívio da dor, com registo de uma média de dor máxima de 5.8 na escala numérica da dor. Um estudo mais recente (Einion, 2016) reforça que a preparação com hipnose pré-natal resultou num uso significativamente menor de sedativos, analgesia e anestesia regional durante o trabalho de parto.

Foi realizado um estudo para entender a intervenção do Hypnobirthing no alívio da dor no trabalho de parto (Finlayson, 2015), que analisou 343 mulheres, selecionadas aleatoriamente. O estudo consistia em duas sessões de acompanhamento pré-natal com auto-hipnose e um CD de apoio que as mulheres ouviam diariamente até ao parto. Foram depois entrevistadas 8 a 12 semanas após o nascimento e a maioria das mulheres relatou experiências positivas da auto-hipnose, destacando sentimentos de calma, confiança e capacitação. Assim, afirmaram que era benéfico durante o trabalho de parto.

Ferreira (2016) comprovou através de tomografia axial computorizada que existe uma diminuição da atividade neural entre o córtex sensorial e a amígdala durante o estado hipnótico, o que aparentemente está relacionado com a interpretação emocional de sensações como a dor. A menor perceção de dor leva a uma menor solicitação de analgesia no trabalho de parto como já o demonstrou, em 2004, uma meta-análise realizada por Cyna et al (2004). Em 2011 foi feito um estudo no Hospital Colchester (Jones, 2016) que concluiu que 59% das mulheres não precisaram de qualquer analgesia e 55% das grávidas tiveram o bebé em menos de 6 horas. Por isso o estudo concluiu que, em mães de primeira viagem, o trabalho de parto passa de 9,3 horas (sem Hypnobirthing) para 6,4 horas (com Hypnobirthing), em média. Nas outras mães passa de 6,2 horas para 5,3 horas, em média.
Resultou também em níveis de Apgar neonatais mais altos.

Também diminuiu a taxa de cesariana e regista uma maior prevalência do parto eutócito. Consequentemente verifica-se a diminuição do uso de analgesia farmacológica, principalmente o recurso a analgesia Epidural e experiências de trabalho de parto mais satisfatórias e gratificantes porque a mulher sente-se mais confiante e relaxada, mais focada e em controlo, isto porque tem menos medos relativamente ao trabalho de parto.


Melhora o resultado obstétrico e facilita o parto

Já em 2004, foi feito um estudo para determinar se a hipnose pré-natal poderia facilitar o parto (Mehl-Madrona 2004). 520 mulheres grávidas foram escolhidas. Metade recebeu hipnose pré-natal, semelhante à ensinada por David Cheeek. A outra metade não recebeu.

O objetivo era reduzir o medo do nascimento e da paternidade; reduzir a ansiedade; reduzir o stress; identificar medos específicos que podem complicar o processo de parto e preparar as mulheres para a experiência do parto.
Assim, as mulheres que receberam hipnose pré-natal tiveram resultados significativamente melhores do que as que não receberam. Uma avaliação posterior sugeriu que a hipnose funcionava evitando que fatores emocionais negativos levassem a um desfecho complicado do parto. Conclui-se que o uso rotineiro da hipnose no pré-natal pode melhorar os resultados obstétricos.


Menos analgesia e administração de Ocitocina

O estudo apresentado por Field (2008) cita que a hipnose “demonstrou efetivamente fornecer ansiólise e analgesia numa variedade de configurações clínicas e laboratoriais, e é fácil de administrar. Revisões sistemáticas das evidências até o momento sugerem benefícios em: reduzir as necessidades de analgesia; reduzir a incidência da administração de ocitocina; e aumentando a incidência de parto vaginal espontâneo.”

Realizou-se um estudo exploratório que comparou os resultados do parto num grupo de mulheres que escolheram preparação de hipnose no pré-parto e outro que não o fizeram. De salientar que os grupos eram demograficamente semelhantes. A utilização de técnicas de hipnose durante a gravidez, resultou num uso significativamente menor de sedativos e analgesia durante o trabalho de parto. 51% das participantes não usaram qualquer tipo de analgesia e relataram o nível máximo de dor de 5,8 numa escala de 10. Segundo Field (2008), demonstrou-se a redução de analgesia Epidural, assim como uma classificação da dor inferior, bem como redução da ansiedade, do medo e de complicações do parto.


Menos necessidade de intervenções e Cesariana

A taxa de Cesariana varia entre 5 a 8% nos partos por Hypnobirthing, em comparação com a taxa nacional de 36%.
Segundo a apresentação realizada em 2012 pelo Royal Wolverhampton Hospitals, também afeta as taxas de Cesariana: Cesariana de emergência: menos 11%- População geral do estudo (15%) e mães Hypnobirthing (4%) (Royal Wolverhampton Hospitals, 2012)
Cesariana eletiva: menos 6%- População geral do estudo (10%) e mães Hypnobirtning (4%) (Royal Wolverhampton Hospitals, 2012 )

84 a 99% dos partos por Hypnobirthing não tiveram necessidade de qualquer intervenção. Mais incidência em parto vaginal: População em geral (64%)- Mães Hypnobirthing (84%)- (Royal Wolverhampton Hospitals, 2012)


Menos ansiedade e mais concentração

O estudo de Abbasi (2009) descreve o efeito da hipnose sobre o alívio da dor durante o trabalho de parto. Assim, usando uma abordagem qualitativa, mulheres grávidas foram treinadas para usar a auto-hipnose para o parto. As mulheres descreveram seus sentimentos sobre a hipnose durante o trabalho de parto como “uma sensação de alívio e consolo, autoconfiança, satisfação, diminuição do medo do parto natural, diminuição do cansaço e da ansiedade.” Ainda, expressaram maior concentração no trabalho do útero. Demonstraram, inegavelmente, consciência de todos os estágios do trabalho de parto e pensamentos positivos. Os partos foram portanto percebidos como sendo muito satisfatórios em comparação com suas experiências anteriores.


Experiência mais confortável e positiva

O estudo realizado por Finlayson et al (2015) demonstra que as grávidas que fizeram auto-hipnose relataram experiências inesperadamente positivas durante o parto e nascimento e, em alguns casos, o ceticismo inicial deu lugar á confiança e crença na técnica. A pesquisa comparou as experiências de parto de 200 grávidas. Metade fez um curso tradicional de preparação para o parto enquanto a outra metade usou técnicas de de Hypnobirthing. As mães que usaram Hypnobirthing relatam que a experiência foi mais confortável e positiva. Tiveram também menos intervenções e mais apoio do(a) parceiro(a) de nascimento.

Conclui-se também que as técnicas aprendidas e desenvolvidas com o Hypnobirthing assumem-se como importantes estratégias de coping face às imprevisibilidades do parto ou perante eventuais complicações no decurso do mesmo (Phillips-Moore, 2012).


Referências bibliográficas:

  • Abbasi M., Ghazi F., Barlow-Harrison A., Sheikhvatan M, Mohammadyari F. (2009) The effect of hypnosis on pain relief during labor and childbirth in Iranian pregnant women. Int J Clin Exp Hypn. 2009 Apr;57(2):174-83. doi: 10.1080/00207140802665435. PMID: 19234965.
  • Beebe KR. (2014) Hypnotherapy for labor and birth. Nurs Womens Health. 2014 Feb-Mar;18(1):48-59. doi: 10.1111/1751-486X.12093. PMID: 24548496.
  • Borges O., Samara M., Gomes da Silva J., Lourival, O., Nicolau A., (2014) Avaliação da efetividade de métodos não farmacológicos no alívio da dor do parto. Rev Rene . 2014, 15(1), 174-184. ISSN: 1517-3852.
  • Borges, R.F. (2017). Efeitos das técnicas de relaxação em crianças: uma revisão sistemática.[Dissertação de Mestrado em Psicomotricidade Relacional. Universidade de Évora]. http://hdl.handle.net/10174/22385
  • Cyna, A., McAuliffe, G & Andrew, M. (2004). Hypnosis for pain relief in labour and childbirth: a systematic review. British Journal of Anaesthesia. Volume 93, Issue 4, October 2004, Pages 505–511, https://doi.org/10.1093/bja/aeh225
  • Einion A. (2016)- A. Hypnosis and hypnobirthing for labour – a critical selective narrative review. Pract Midwife. 2016 Dec;19(11):25-7. PMID: 30462462.
  • Ferreira, S. (2017). Hipnose: Uma Estratégia de Alívio da Dor no Trabalho de Parto, Mestrado em Enfermagem de Saúde Materna e Obstetrícia. Escola Superior de Enfermagem de Lisboa.
  • Field T., (2008) Pregnancy and labor alternative therapy research. Altern Ther Health Med. 2008 Sep-Oct;14(5):28-34. PMID: 18780582.
  • Phillips-Moore, J. (2012). Birthing outcomes from an Australian HypnoBirthing programme. British Journal of Midwifery, 20(8), 558-564.
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  • Graves, K. (2013). Are hypnobirthing techniques effective?. Journal of Family Health Care, 23(4), 30-32.PMID: 23914611.
  • Hartman, D., Zimberoff, D., (2011). “Hypnosis and hypnotherapy in the milieu of integrative medicine: healing the mind/body/spirit.” Journal of Heart Centered Therapies, vol. 14, no. 1, spring 2011, pp. 41+. Gale OneFile: Health and Medicine, link.gale.com/apps/doc/A273785419/HRCA?u=anon~d8f04878&sid=googleScholar&xid=08338326.
  • Jones L, Othman M, Dowswell T, Alfirevic Z, Gates S, Newburn M, et al. (2015) Pain management for women in labour: an overview of systematic reviews. Cochrane Database Syst Rev. 2012;3(Issue 3):CD009234.
  • Jones 2016- Jones, T. G., Handford, S, Hypnobirth, Evidence, practice and suport for birth Professionals. Abingdon, New York, p.7.
  • Mehl-Madrona LE. (2004), Hypnosis to facilitate uncomplicated birth. Am J Clin Hypn. 2004 Apr;46(4):299-312. doi: 10.1080/00029157.2004.10403614. PMID: 15190731.
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  • Osório, S., Júnior, L. & Nicolau, A. (2014). Avaliação da efectividade de métodos não farmacológicos no alívio da dor do parto. Revista Rene, 15 (1), 174-184.
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  • Royal Wolverhampton Hospitals NHS Trust. (2012) Presentation to the Royal Society of Medicine

    Fonte da imagem: site tendencee.com.br

Parto mais agradável com o Hipnoparto

O Hipnoparto aponta 4 fatores de sucesso para um parto mais agradável. Para mim, são os mesmos que definem o sucesso de qualquer parto, seja ele por Hypnobirthing, ou Hipnoparto em português, ou não.

1. Quando e onde e como nasce o bebé.

Quando: A data de nascimento é muito importante. Há consequências e benefícios em respeitar o tempo do seu bebé. Costumo dar o exemplo do esforço desenvolvido para apanhar um tomate bem maduro, versus o esforço em apanhar um tomate verde.

Onde: O ambiente no qual a mãe dá à luz faz toda a diferença. É fundamental criar o ambiente propício para o parto. Um ambiente resguardado, íntimo, calmo e sereno.

Como: Quer seja um parto vaginal ou por cesariana, com ou sem ajuda farmacológica e instrumental, induzido ou espontâneo, todos os nascimentos podem ser uma experiência harmoniosa, desde que a mãe seja respeitada em todas as etapas, mesmo quando há imprevistos.

2.Quem está com a mãe

A atuação do companheiro de nascimento é um dos principais fatores de sucesso. No Hypnobirthing o companheiro de parto é preparado(a) para saber desempenhar o seu papel, com confiança. Tanto durante toda a gravidez como durante o parto da sua companheira. O método também permite ter o bebé sem acompanhante, desde que se tenha preparado para isso.

O parto é um dos mais importantes momentos da vida, porque deixar nas mãos de terceiros o seu sucesso?

3. Aprender e praticar

Talvez o ponto mais importante.
Aprender: Conhecer todas as situações, os benefícios e riscos de cada intervenção. Este conhecimento é fundamental para dar confiança à mãe. O conhecimento desenvolve a confiança.

Praticar: A prática, no caso do Hypnobirthing, é outro fator de sucesso. Desenvolve os automatismos necessários para que as técnicas decorram naturalmente, sem necessitar de pensar nelas. Por isso é uma das razões pelas quais este método é tão eficaz.

No parto uma contração só dura um minuto
Durante o parto, a mãe Hypnobirthing pratica afirmações e visualizações que ajudam o seu corpo.

Tal como qualquer objetivo importante de vida, a aprendizagem e preparação é fundamental.

Além do Curso de Preparação para o Nascimento, aprenda também a libertar a ansiedade durante a gravidez e a ter um parto mais confortável.

A preparação da mente para o nascimento é a base do Hypnobirthing, mas não é um acompanhamento por Hypnobirthing. Saiba mais no nosso siteFacebook e Instagram

Hypnobirthing na revista De Mãe para Mãe

Artigo publicado na revista De Mãe para Mãe em Outubro de 2019.

EM QUE CONSISTE O HYPNOBIRTHING?
O Hypnobirthing trabalha as emoções e a mente da mãe através da hipnoterapia. Esta técnica “reprograma-a” para eliminar os medos e as ansiedades que atrapalham todo o processo de nascimento. Assim, com estas ferramentas aprende a deixar o seu corpo trabalhar em harmonia.

Em 1942, em Inglaterra, o obstetra inglês Grantly Dick-Read demonstrou no seu trabalho “Childbirth without Fear” que o tempo e as dores do parto aumentam pelo medo e tensão da mãe.

Inegavelmente, a mulher que sente medo fica tensa. E essa tensão provoca o aumento da dor. Read explica que a tríade “Medo–Tensão–Dor” é a principal responsável pelo aumento do sofrimento no parto.

Contudo, quando a mulher engravida, influências desfavoráveis, juntamente com o medo e um ambiente de nascimento inadequado, criam um entorno que ela interpreta como sendo uma situação de perigo da qual quer fugir. No entanto, não podendo fazê-lo, origina-se uma tensão protetora. Esta tensão dificulta a coordenação muscular e a produção de Ocitocina. É tudo isto que determina e influencia o grau de dor. A dor aumenta a tensão, que por sua vez aumenta o medo, e assim se instala um círculo vicioso: Medo-Tensão-Dor.

COMO É QUE O HYPNOBIRTHING PODE AJUDAR?

O Hypnobirthing começa por ajudar a mãe a compreender o impacto do medo e outros pensamentos limitantes sobre o parto e a maternidade. Aumenta a confiança e segurança, com uma gravidez positiva e informada. Este método ajuda a que a mulher se familiarize com o seu corpo, percebendo que este está naturalmente desenhado para conceber, gerar e dar à luz. O Hypnobirthing também prepara a mãe para conhecer a psicologia do nascimento. Ajuda-a a perceber como o estado de espírito e as hormonas facilitam ou prejudicam todo o processo.

QUAL O PAPEL DO PAI OU PARCEIRO DE NASCIMENTO?

O pai, ou parceiro de nascimento, também é preparado para saber exatamente o que fazer durante toda a gravidez e no nascimento. Este é, inclusive, um dos fatores-chave para o sucesso do método. Com a ajuda de diversos exercícios, mãe e pai trabalham em conjunto no parto, independentemente da forma como decorre. Saberão como agir em qualquer circunstância para que o nascimento seja uma experiência positiva, harmoniosa e inesquecível.

MAIS VANTAGENS SOBRE HYPNOBIRTHING:

Estudos demonstram que o Hypnobirthing reduz a duração do trabalho de parto, reduz o nível médio de dor e ajuda a diminuir a intervenção médica e uso de fórceps ou ventosa. Assim, a taxa de cesarianas é mais baixa para quem recorre a este método. Também a necessidade de utilização de Epidural baixa. A hipnoterapia foi reconhecida como “terapia válida” pela British Medical Association em 1892 e, novamente, em1955.

O nascimento não tem de ser doloroso e há forma de ter uma experiência positiva. Cada viagem de nascimento é única e é possível que todas as mães, e pais, tenham uma experiência fantástica. È um momento de total plenitude que ficará registada para sempre na sua memória.

Revista De Mãe para Mãe – Outubro de 2019

Hypnobirthing na Revista Crescer

Hypnobirthing em destaque na na revista Crescer- Especial Gravidez de dezembro de 2019

Desde que Megan Markle disse que fazia Hypnobirthing, seguindo os passos da cunhada e de tantas outras figuras públicas, o método tem vindo a ganhar mais visibilidade. Mas ainda há muito desconhecimento sobre esta filosofia que permite um nascimento mais rápido, fácil e harmonioso. 

Hypnobirthing, ou Hipnoparto em português

O Hypnobirthing, ou Hipnoparto, é um método de preparação para o nascimento assente nas mais recentes evidências científicas que ajuda a dar à luz de forma fácil, confortável e harmoniosa. Estar calma, tranquila e ter profundo conhecimento do seu corpo é essencial para deixar fluir todo o processo de nascimento pois a Ocitocina, a hormona responsável pelo parto, produz-se com níveis muito baixos stress. Assim, conhecer o seu corpo, saber relaxar e libertar todos os medos e tensões ajuda a reduzir o desconforto do período de nascimento. O Hypnobirthing trabalha as emoções e a mente da mãe, substituindo os seus medos por segurança e confiança na sua capacidade de dar à luz deixando assim o seu corpo trabalhar em completa harmonia com o bebé. 

Parto mais confortável

Está demonstrado que a mãe que fez Hypnobirthing frequentemente sente menos dor, tem menos necessidade de intervenção médica, tem menor tempo de trabalho e menos necessidade de ajuda instrumental e farmacológica no nascimento.
O pai ou companheiro de nascimento também tem uma preparação para estar confiante e saber exatamente o que fazer durante toda a gravidez e no parto da sua companheira sendo inclusive um dos principais fatores de sucesso do método. Com a ajuda do Hypnobirthing, mãe, bebé e pai e trabalham em conjunto para que o nascimento seja uma experiência positiva, harmoniosa e inesquecível.

Crenças enraizadas de Parto com dor

Comecemos pelo princípio: quando se pensa na palavra “parto”, qual a primeira imagem que vem à mente?

Na maioria das vezes, é a imagem de uma mulher, no hospital, a gritar de dor junto de um companheiro à beira de um ataque de nervos. Este é o cenário que tem sido construído pela sociedade moderna ao longo dos anos. É desta forma que os partos são retratados e é a imagem que permanece na mente de muitas pessoas. 

Tudo começa quando, desde pequenina, a mulher ouve falar das dores de parto, das horas de sofrimento e da dificuldade que é dar à luz. Todas estas crenças vão ficando enraizadas na sua mente, sendo reforçadas pelos filmes e relatos de vivências de mulheres que conhece. 

Quando engravida, parece que a situação piora, pois o seu estado leva a que muitas mães, na maior inocência, partilhem com ela as suas experiências que nem sempre são as mais favoráveis. Tudo isto ajuda a intensificar um cenário de ansiedade e a mente da grávida vai ficando cada vez mais cheia de inputs negativos. Quanto mais vai avançando a gravidez, mais essas crenças e ideias vão intensificando o seu medo e mais nervosa ela se sente e até as grávidas mais descontraídas começam a ficar ansiosas quando se aproxima o final do tempo. 

Mulher tensa = colo tenso – Mulher em relaxamento = colo dilatável

Tal como foi demonstrado pelo obstetra inglês Grantly Dick-Read, o primeiro a debruçar-se sobre este tema, o tempo e as dores do parto aumentam pelo medo e tensão da mãe. Segundo ele, a tensão e o medo criam uma situação que é interpretada como sendo de perigo. Não podendo fugir, origina uma tensão protetora que dificulta a coordenação da contração muscular e a produção da Ocitocina, a hormona responsável pelo nascimento. A dor aumenta a tensão e assim se cria um ciclo vicioso: Medo – Tensão – Dor. 

Quanto mais medo tem, mais tensa fica a mulher e mais dor sente. Quanto mais dor sente, mais medo tem e assim se instala o ciclo. 

Ao explicar o mecanismo nervoso pelo qual o medo causa a dor da contração uterina, Read sintetizou seu conceito como “Mulher tensa = colo tenso – Mulher em relaxamento = colo dilatável”. O obstetra publicou no seu trabalho “Childbirth without Fear” que a confiança, compreensão e ausência de medo são fatores essenciais para um parto confortável. Este livro serve de base para o Hypnobirthing, que foi posteriormente desenvolvido para preparar as grávidas para um nascimento tranquilo, sem medos ou ansiedade.

Através de sessões de relaxamento profundo, a mulher aprende a confiar no processo natural do nascimento e prepara-se para saber colaborar com o seu corpo e com o seu bebé. 

Relaxamento profundo para “reprogramar” a mente da mãe.

Técnicas que incluem visualização e afirmações positivas em relaxamento profundo ajudam-na a estar calma durante o período de nascimento. Resumidamente, a futura mãe começa, desde cedo, a preparar-se para permitir que seu corpo sábio faça o que sabe para dar à luz em harmonia e sem medos.

Basicamente, o Hypnobirthing utiliza um estado de relaxamento profundo para “reprogramar” a mente da mãe. Ajuda-a a confiar no seu corpo maravilhoso que foi concebido para dar à luz em total segurança. Como o de qualquer mamífero, o corpo da mulher está completamente preparado para esse efeito, basta deixá-lo trabalhar num entorno favorável e com tranquilidade. 

Em termos práticos, como se processa?

Existem várias formas de trabalhar. No meu caso, sou hipnoterapeuta, com formação em Hypnobirthing, e faço workshops e sessões individuais. 

Os workshops servem de introdução ao Hypnobirthing e são, normalmente, complementados por sessões presenciais ou online. 

Dentro das sessões presenciais, o serviço mais procurado é o “Programa Completo de Hypnobirthing” que é composto por 4 sessões+ 1 sessão de oferta para o parceiro de nascimento.  

Nas sessões trabalho tenho uma abordagem única com cada paciente. Não posso ter uma atuação com uma mãe com grau de ansiedade 5/10 igual à que tenho com uma mãe com grau de ansiedade 9/10. Cada pessoa é diferente da outra. Umas são mães de primeira viagem e outras já trazem experiências de nascimento anteriores.

Tudo isto deve ser tido em conta no trabalho com a grávida e, por isso, a primeira sessão requer uma conversa prévia na qual todo o processo é explicado e todos estes pontos são debatidos. Esta sessão demora cerca de 2h e só depois da conversa inicial é que começamos o trabalho de relaxamento hipnótico, adaptado a cada situação. 

Hipnoterapia para remover crenças limitantes

A situação ideal é fazer uma sessão logo no início da gravidez para dissociar a recém-grávida da programação inconsciente do parto doloroso que persiste na sociedade moderna. A conversa inicial é, normalmente, em conjunto com o companheiro de nascimento para que o casal entenda o conceito e comece a trabalhar. Depois de aferir o estado da mãe, segue-se o trabalho de hipnoterapia para remover crenças limitantes, dissociar programação inconsciente e bloquear medos e inputs negativos que irá receber ao longo da sua gravidez.

Esta primeira sessão é muito importante para “reprogramar” a mente da mãe com conhecimentos, pensamentos e sentimentos positivos sobre a gravidez e o nascimento. Logo desde a primeira sessão, a gravida leva material de auto-hipnose para trabalhar em casa. 

Alguns parceiros de nascimento fazem também uma sessão presencial se assim o entenderem, pois muitos têm tanto ou mais medo do que a própria mãe, o que é perfeitamente natural. É uma sessão que ofereço em todos os programas de acompanhamento que faço porque é fundamental o papel do pai ou acompanhante, sendo mesmo um dos principais fatores de sucesso do método. A maioria dos parceiros já tem consciência da importância do seu papel no momento do nascimento e trabalhamos em conjunto para que estejam preparados para qualquer circunstância. 

Dar continuidade até ao parto

O processo de Hypnobirthing não termina no final da sessão e é imprescindível dar continuidade com exercícios de auto-hipnose para que a mãe aprenda a trabalhar com a parte mais poderosa do seu corpo: a sua mente maravilhosa. 

A mãe deve fazer o seu “trabalho de casa” regularmente porque o sugestionamento precisa de ser reforçado com regularidade. Após a primeira sessão, a mãe vai fazendo os seus exercícios e volta pelas 30/32 semanas para uma nova sessão, continuando com novos “trabalhos de casa”. Finalmente, entre as 34 e 40 semanas, o ideal é fazer mais uma ou duas sessões totalmente direcionadas para o nascimento, sempre continuando a fazer os exercícios em casa.

Esta é a situação ideal, mas, por vezes, as grávidas já estão no fim do tempo quando descobrem ou se decidem a fazer Hypnobirthing. Nesse caso, adapto uma sessão única à realidade de cada uma, o que por si só já ajuda muito, mas sempre complementada com um passo a passo e exercícios de treino para realizar até ao nascimento. 

Um trabalho conjunto e complementar 

É muito importante esclarecer que o Hypnobirthing é um método com resultados fantásticos mas que implica trabalho e dedicação. 

Algumas mamãs esperam um milagre com uma única sessão, mas este não é um método milagroso. Desenganem-se as que acham que irão “ficar a dormir” enquanto a sua mente é reprogramada como que por magia. 

Não é nada assim… 

O Hypnobirthing usa a hipnose Ericksoniana, uma hipnose conversacional na qual a pessoa está profundamente relaxada e altamente focada. Neste estado de relaxamento profundo, muito parecido com uma meditação, a mãe ouve, responde e participa em todo o processo. Com efeito, é ela que constrói as ferramentas que a ajudarão durante a gravidez e no nascimento.

Quem procura o Hypnobirthing para ter um parto totalmente indolor poderá sentir-se frustrado e é importante esclarecer este ponto. Há mesmo quem acredite que o Hypnobirthing é uma forma de “não ter dor nenhuma sem recorrer à epidural”. 
Também não é bem assim…

Não há milagres

Sabemos que o tempo e as dores aumentam pelo medo e tensão da mãe. O Hypnobirthing trabalha essa componente emocional para que fique completamente relaxada e tranquila, evitando qualquer tensão que possa prejudicar o trabalho de nascimento. Por si só, é um processo que reduz drasticamente as probabilidades de dor, mas seria incorreto prometer um nascimento sem absolutamente nenhum tipo de incómodo. 

Este é um processo de transformação do corpo da mulher que provoca sensações desconhecidas que podem trazer algum desconforto associado. No entanto, relembro que a conexão que o Hypnobirthing promove entre a mãe e o seu bebé ajuda muito neste processo e torna a experiência bem mais poderosa e agradável.

O Hypnobirthing não substitui outros acompanhamentos de saúde materna

É importante esclarecer que o Hypnobirthing não substitui qualquer outro acompanhamento de saúde materna. Cada interveniente tem o seu papel na aprendizagem e preparação da grávida e o Hypnobirthing é um trabalho complementar a todos os outros. No Algarve, por exemplo, trabalho em parceria com o centro de preparação para o parto Pronto a Nascer, em Portimão, para que as mães cheguem ao nascimento emocionalmente preparadas através do Hypnobirthing.

Neste processo, cada um tem o seu papel. Durante os cursos de preparação para o nascimento, a Carla Duarte, enfermeira parteira especialista em saúde materna, trabalha a sua área e eu asseguro o Hypnobirthing. A minha função complementa-se com a experiência de uma profissional de saúde materna, ficando a meu cargo o trabalho emocional com a grávida. É uma parceria recente e um bom exemplo de como complementar valências e saberes tão diferentes para otimizar resultados.

Os profissionais de saúde que fazem partos sabem que não se compara a experiência de uma mãe com medo com a de uma mãe tranquila. Foi esta compreensão que levou à realização da parceria para facilitar todo o percurso da grávida e promover um nascimento mais tranquilo. Gostaria inclusive de replicar a fórmula com mais um ou dois centros em Lisboa pois os resultados são benéficos para todos, principalmente para as mães. 

Em estreita colaboração, cada profissional atua na sua área de intervenção e estamos, inclusive, a desenvolver conteúdos para estender a parceria para o pós-nascimento, que é uma fase importantíssima na vida de toda a família. 

Cuidar da mãe

Acredito firmemente que, quando nasce um bebé, nasce uma nova mãe família. Este período requer toda a dedicação e acompanhamento. Contudo, na minha opinião, em Portugal, ainda não há a tradição de cuidar da nova mãe que acabou de dar à luz como existe noutras culturas onde é honrada, nutrida e acarinhada. É um período de recolhimento para recuperar física e energeticamente e, só após a completa recuperação, volta aos seus afazeres habituais. São tradições diferentes da nossa e com as quais me identifico. 

Atualmente, há uma pressão social muito grande sobre as mães para que tratem do bebé, recuperem fisicamente e voltem rapidamente à “vida normal”. Esta recuperação acelerada deixa muitas vezes marcas emocionais que se manifestam mais tarde. A meu ver, é urgente alterar este comportamento e importante prevenir e tratar algum desajuste emocional resultante deste período. Assim, evitam-se repercussões na vida da mãe e da família. É um trabalho que estou a desenvolver, direcionado para o acompanhamento das novas mães no período de pós-nascimento. 

Um nascimento consciente e inesquecível

O Hypnobirthing trabalha também outra vertente muito importante e pouco falada: ajuda a mãe a recuperar o seu poder pessoal num nascimento humanizado.

Há mães que se apresentam com um grau de ansiedade aparentemente baixo e, com o decorrer da conversa inicial, verifica-se que existe um medo não assumido. Assim, quando exploro a razão, normalmente prende-se com um certo incómodo ou até alguma vergonha de sentir esse medo. Encontramos aqui outra crença, a de que a grávida tem de estar disposta a sofrer muito pelo seu bebé. É quase como se houvesse uma relação direta entre o grau de sofrimento da mãe e o grau de amor que tem pelo filho. 

“Dor parida é dor esquecida”

Por exemplo, há mães que passaram por bastante desconforto físico para ter o seu primeiro filho de parto natural. Acima de tudo estão profundamente orgulhosas de o ter tido desta forma, sem recorrer a ajuda química.

As expressões como “Doeu muito, mas já nem me lembro porque valeu a pena” ou o velho provérbio “Dor parida é dor esquecida” reforçam um suposto esquecimento do sofrimento. No entanto, muitas destas mulheres estão, obviamente, apavoradas com o que as espera no segundo filho. Vivem sentimentos contraditórios porque não querem passar pelo mesmo, mas também têm algum pudor ou vergonha de pedir ajuda.

Nestes casos, trabalham-se os medos e ansiedades naturais do parto, mas também o “empoderamento” da mulher. É fundamental que ela possa tomar as suas decisões, de acordo com a sua sabedoria interna, sem se preocupar com opiniões de terceiros. A sua intuição, juntamente com o seu corpo sábio saberão o que decidir se ela não estiver limitada por ideias pré-concebidas, desconhecimento ou medo de julgamentos. Ao longo das sessões, entende que o processo de dar à luz é perfeitamente natural e não tem de ter experiência de dor associada. Tendo esse conhecimento, ela resgata o seu poder de decisão e escolhe o melhor. 

Um parto não é uma demonstração de capacidade de sofrimento mas sim uma experiência tranquila e de total plenitude.

Recuperar o poder da mulher

Um parto não é uma demonstração de capacidade de sofrimento. Deve ser, antes de mais, uma experiência tranquila e de total plenitude. É um nascimento informado, sem obrigações e sem medos. Se a grávida achar que deve mudar de ideias e aceitar alguma ajuda que não tinha previsto, é uma decisão que tomará em consciência, sabendo o que é melhor para ela e para o seu bebé. 

Por exemplo, há mães que se preparam para um nascimento natural e, em determinada altura, mudam de ideias porque percebem que precisam de ajuda farmacológica. Fazem-no em consciência, escolhendo o melhor para elas e para o bebé. Em contrapartida, há o exemplo oposto, as mães que se preparavam para recorrer a ajuda química e ficaram agradavelmente surpreendidas com a facilidade e naturalidade com que decorreu o nascimento sem qualquer necessidade de ajuda. 

É este poder que a mulher recupera no Hypnobirthing. Resgata a confiança em seguir os seus instintos e sabedoria interna, totalmente em paz consigo própria, sem questionar a sua capacidade inata de dar á luz.

Nascimento cada vez mais humanizado 

Outro esclarecimento importante: o Hypnobirthing está muitas vezes associado ao parto natural ou a nascimentos em casa, o que não é verdade. Uma das premissas do método é preparar a mãe e companheiro para qualquer tipo de nascimento. E pode ser no hospital ou em casa, na água ou na cama, natural com ou sem ajuda analgésica, com ou sem intervenção cirúrgica… 

O importante é que seja um nascimento humanizado onde a mulher é respeitada, sem intervenções desnecessárias e não consentidas. 

Esta é inclusive uma recomendação da Organização Mundial da Saúde que reconhece que cada trabalho de parto é único e varia de uma mulher para outra. Na nova recomendação sobre nascimentos e partos, emitida no dia 15 de fevereiro de 2018, a OMS vem pôr em causa orientações que foram adotadas durante décadas. O novo documento inclui o direito a ter um acompanhante à sua escolha durante o trabalho de parto. Respeita as opções e tomada de decisão da mulher na gestão da sua dor e nas posições escolhidas. E ainda o respeito pelo seu desejo de um parto totalmente natural, até na fase de expulsão. A própria OMS reconhece que “muitas mulheres preferem um nascimento natural e confiam nos seus corpos para dar à luz o seu bebé sem intervenção médica desnecessária.” 

Felizmente, o cenário está a mudar e a caminhar para nascimentos cada vez mais menos medicalizados e mais humanizados.

Cada pessoa é única, cada caso é único. O importante é que todas as mulheres e companheiros, sem exceção, tenham uma experiência de nascimento humanizada, bela e de total plenitude.

Este é um momento único e mágico com um universo inteiro de sentimentos e emoções que ficarão para sempre na memória da família. 

Ocitocina torna o parto mais confortável

A Ocitocina é a estrela do parto e é, vulgarmente, chamada de “hormona do amor” ou “hormona do prazer” e por isso, é a hormona imprescindível para um parto mais agradável.

O nosso corpo é tão fantástico que nos dotou da capacidade de libertar Ocitocina durante o nascimento. Esta hormona é responsável pelas ondas uterinas, tornando-as mais eficientes.

Produz-se quando está relaxada e a fazer algo que lhe dá prazer.
E no parto, queremos muita Ocitocina pois é imprescindível para um parto confortável !

É, inclusive, a altura em que a mulher tem os níveis de Ocitocina mais elevados da sua vida inteira.

Como curiosidade, Ocitocina vem do grego Oci (rápido) e tókos (parto) e é a hormona responsável pelas ondas uterinas, tornando-as mais eficientes. E, ao mesmo tempo, ajuda a reduzir o sangramento durante o parto, a estimular a libertação do leite materno e desenvolver o apego.

A hormona do amor ou do prazer

Além do parto, libertamos Ocitocina em todos os momentos agradáveis ao longo da vida. Por exemplo, quando nos apaixonamos, fazemos amor, quando acariciamos um animal de estimação, vemos um filme cómico ou sempre que sentimos prazer e estamos relaxados e tranquilos.

No momento do nascimento produz-se um verdadeiro cocktail de hormonas de felicidade e de calma. E são estas que ajudam a mulher a passar por este período com mais conforto.

No entanto, é bom saber que a produção de Ocitocina precisa de tranquilidade e privacidade, deixando trabalhar a sua parte instintiva (parte animal) e silenciando a sua parte racional.

E como pode ajudar a produção de Ocitocina?

– Sentindo-se segura
– Estando tranquila e desinibida
– Sentindo-se com a intimidade resguardada
– Fazendo atividades que lhe dão prazer como namorar, massagens, banho, ver um filme de que gosta, ouvir música que lhe agrade, comer algo que aprecie…

Resumindo, sentindo-se tranquila e feliz, desfrutando do prazer de fazer o que gosta com quem gosta.

O nosso corpo é tão fantástico que nos dotou da capacidade de libertar Ocitocina durante o nascimento. Esta hormona é responsável pelas ondas uterinas, tornando-as mais eficientes.

Um verdadeiro cocktail de hormonas

Assim, no momento do nascimento produz-se um verdadeiro cocktail de hormonas de felicidade e de calma, que ajudam a mulher a passar por este período sem sofrimento. É, inclusive, a altura em que a mulher tem os níveis de Ocitocina mais elevados da sua vida inteira.

Esqueça tudo o que ouviu até agora sobre o parto e pense comigo. Se a Oxitocina é a hormona responsável pelo parto e é esta hormona que nos dá a sensação de bem-estar e de prazer, que lógica tem um intenso sofrimento durante o nascimento?

O nascimento não foi desenhado para trazer sofrimento, senão não dependeria da hormona do prazer. Não é lógico nem tem qualquer sentido fisiológico. Pense nisso e lembre-se deste pensamento durante toda a gravidez e parto.

É lógico que o corpo está em transformação e isso implica algum desconforto e sensações desconhecidas e muito potentes. No entanto, quando tudo funciona sem interferências, as mulheres que fizeram Hypnobirthing descrevem esta fase como muito poderosa e não como dolorosa.

Creio que nesta altura já entendeu a importância de se manter calma, resguardada e protegida, principalmente nesta altura de incerteza. Assim sendo, deverá concentrar todos os seus esforços em manter este estado para potenciar a produção de Ocitocina.

Esta é uma das técnicas que abordamos na formação sobre Técnicas de Hypnobirthing e que tem ajudado tantos casais.

Maria Ribeiro
Fundadora do Parto se Medos- Hypnobirthing7- Programa de acompanhamento online com Hypnobirthing.
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Imagem Google

Parto mais curto com Hipnoparto

Os estudos demonstram que o Hypnobirthing, Hipnonascimento ou Hipnoparto está associado a um parto mais curto. Isto porque a grávida trabalha em colaboração com o seu corpo.

Os estudos demonstram que o Hypnobirthing está associado a partos mais curtos .

– Passa de 9,3 horas para 6,4 horas (de média, nas mães de primeira viagem) e de 6,2 horas para 5,3 horas (nas outras mães).

Está também associado a um parto mais confortável e, por isso com mais incidência no parto natural. 84 a 99% dos partos por Hypnobirthing são espontâneos, sem qualquer intervenção.

Mas o método é para todo o tipo de partos, não só para parto natural.

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Mas o método é para todo o tipo de parto, não só para parto natural.

Experiência mais positiva
Numa escala de 0 a 10 sendo o zero sem dor e o 10 muita dor, as mães Hypnobirthing tendem a atingir o máximo de 6. É uma fase de transformação do corpo que pode trazer algum desconforto, mas que não é descrita como dolorosa ao dar à luz com todos os benefícios que traz a curto e longo prazo para a mãe e para o bebé.

Em Inglaterra, o Hypnobirthing é reconhecido e comparticipado pelo S.N.S, desde 2011 e nos hospitais desde 2014. Em Portugal ainda é pouco conhecido mas reconhecido por quem o pratica.

E porque se chama Hypnobirthing?

“Birthing” quer dizer nascimento e “Hypno” de Hipnose, porque tem a componente de relaxamento que é feita com técnicas de hipnose clínica. A hipnose conversacional, simplificando ao máximo, não é nada mais de que o uso adequado da linguagem para mudar a forma como nos sentimos e como o corpo reage.

Maria Ribeiro
Fundadora do Parto se Medos- Hypnobirthing7- Programa de acompanhamento online com Hypnobirthing.
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O bebé está pélvico, como ajudar?

Muitas mães ficam ansiosas quando o bebé se apresenta pélvico (sentado) ou de pés/joelhos/ para baixo. Saiba como ajudar quando o bebé está pélvico

Tal como dizia Mary Cronk “ é uma posição pouco usual mas normal” e menos de 4% dos bebés estão nesta posição no final da gravidez.

Antes de mais há que esclarecer que os bebés mudam de posição até quase ao final da gravidez. Por exemplo, com 30 semanas, o bebé não esta pélvico! Isto porque, simplesmente, ainda não está posicionado para nascer.

Cesariana

Até muito recentemente, um bebé pélvico ou de pés era logo encaminhado para cesariana. No entanto, ultimamente, já se fazem partos vaginais com esta posição. É, no entanto, importante ouvir as recomendações do médico que a assiste e ponderar todas as hipóteses.

Parto vaginal com um bebé pélvico- Foto: O nascer de uma mãe

“Hands off”

Uma das posições mais “temidas” é quando o bebé se apresenta de pés.
O estudo de Lowen et Al publicado no Internacional Journal of Gynaecology and Obstetrics em 2017 demonstra que “os partos de pés são aconselhados a ser feitos em posição vertical”e, na maioria das vezes fazem-se “hands off”, sem manobras manuais. Como curiosidade,  pode ver aqui um filme de um parto vaginal com esta posição, que é bastante diferente dos habituais.
Se não gosta de imagens explícitas, não visualize o vídeo.

Dica:

Quando o bebé está pélvico tente outros meios tais como a Hipnoterapia. É um método que apresenta resultados muito interessantes. Pode também falar carinhosamente com o seu bebé, explicando-lhe e fazendo círculos na barriga para lhe “mostrar” o caminho.

E se está com um sorriso de descrédito? Acredite que há muitos casos de sucesso com este método, e eu própria já acompanhei alguns.

Há um site interessante que só trata deste assunto e pode ser um recurso para quem tem o bebé nesta posição:  www.spinningbabies.com

Confie no seu bebé

Chamo a atenção para o facto de que, muitas vezes, quando o bebé não se vira, poderá precisar de estar nesta posição. Algo anatómico ou por alguma razão que só ele conhece. Tal como nós, o seu instinto de sobrevivência já sabe o que fazer, confie no seu bebé porque ele sabe o que é melhor para ele!

Afixe esta imagem num sítio que veja várias vezes ao dia.

E agora que entende como os seus pensamentos a afetam, a si e ao seu bebé, vamos usar esta informação para ajudar.

Visualize!

Seguindo esta premissa, aconselho-a a escolher uma imagem que lhe agrade do bebé na posição de nascimento mais usual. Como a que está em anexo, por exemplo. Coloque-a num sítio bem visível onde a veja várias vezes ao dia. No frigorífico por exemplo, ou no espelho pois, sempre que olhar para esta imagem, estará a dar indicações ao seu corpo e ao seu bebé.

E vá falando e explicando ao seu bebé, que está tudo bem e que está preparada para o receber.