O Hypnobirthing já foi testado e analisado pelos mais diversos meios. Analisamos a eficácio do Hipnoparto à luz das evidências científicas e aqui ficam alguns artigos e estudos publicados, resumindo o que diz a ciência sobre o Hypnobirthing.

O Hypnobirthing assenta na compreensão do ciclo medo-tensão-dor e na premissa de retirar o medo e ansiedade do parto. Graves (2013) demonstra que promove um parto mais calmo, fácil e confortável porque a dor associada ao trabalho de parto é consideravelmente inferior . Os estudos realizados (Graves, 2013) para compreender o impacto do Hypnobirthing no trabalho de parto demonstram benefícios na utilização do método.


Redução do tempo e alívio da dor

Abassi (2009) concluiu que o Hypnobirthing reduz a duração do trabalho de parto e aumenta o alívio da dor, com registo de uma média de dor máxima de 5.8 na escala numérica da dor. Um estudo mais recente (Einion, 2016) reforça que a preparação com hipnose pré-natal resultou num uso significativamente menor de sedativos, analgesia e anestesia regional durante o trabalho de parto.

Foi realizado um estudo para entender a intervenção do Hypnobirthing no alívio da dor no trabalho de parto (Finlayson, 2015), que analisou 343 mulheres, selecionadas aleatoriamente. O estudo consistia em duas sessões de acompanhamento pré-natal com auto-hipnose e um CD de apoio que as mulheres ouviam diariamente até ao parto. Foram depois entrevistadas 8 a 12 semanas após o nascimento e a maioria das mulheres relatou experiências positivas da auto-hipnose, destacando sentimentos de calma, confiança e capacitação. Assim, afirmaram que era benéfico durante o trabalho de parto.

Ferreira (2016) comprovou através de tomografia axial computorizada que existe uma diminuição da atividade neural entre o córtex sensorial e a amígdala durante o estado hipnótico, o que aparentemente está relacionado com a interpretação emocional de sensações como a dor. A menor perceção de dor leva a uma menor solicitação de analgesia no trabalho de parto como já o demonstrou, em 2004, uma meta-análise realizada por Cyna et al (2004). Em 2011 foi feito um estudo no Hospital Colchester (Jones, 2016) que concluiu que 59% das mulheres não precisaram de qualquer analgesia e 55% das grávidas tiveram o bebé em menos de 6 horas. Por isso o estudo concluiu que, em mães de primeira viagem, o trabalho de parto passa de 9,3 horas (sem Hypnobirthing) para 6,4 horas (com Hypnobirthing), em média. Nas outras mães passa de 6,2 horas para 5,3 horas, em média.
Resultou também em níveis de Apgar neonatais mais altos.

Também diminuiu a taxa de cesariana e regista uma maior prevalência do parto eutócito. Consequentemente verifica-se a diminuição do uso de analgesia farmacológica, principalmente o recurso a analgesia Epidural e experiências de trabalho de parto mais satisfatórias e gratificantes porque a mulher sente-se mais confiante e relaxada, mais focada e em controlo, isto porque tem menos medos relativamente ao trabalho de parto.


Melhora o resultado obstétrico e facilita o parto

Já em 2004, foi feito um estudo para determinar se a hipnose pré-natal poderia facilitar o parto (Mehl-Madrona 2004). 520 mulheres grávidas foram escolhidas. Metade recebeu hipnose pré-natal, semelhante à ensinada por David Cheeek. A outra metade não recebeu.

O objetivo era reduzir o medo do nascimento e da paternidade; reduzir a ansiedade; reduzir o stress; identificar medos específicos que podem complicar o processo de parto e preparar as mulheres para a experiência do parto.
Assim, as mulheres que receberam hipnose pré-natal tiveram resultados significativamente melhores do que as que não receberam. Uma avaliação posterior sugeriu que a hipnose funcionava evitando que fatores emocionais negativos levassem a um desfecho complicado do parto. Conclui-se que o uso rotineiro da hipnose no pré-natal pode melhorar os resultados obstétricos.


Menos analgesia e administração de Ocitocina

O estudo apresentado por Field (2008) cita que a hipnose “demonstrou efetivamente fornecer ansiólise e analgesia numa variedade de configurações clínicas e laboratoriais, e é fácil de administrar. Revisões sistemáticas das evidências até o momento sugerem benefícios em: reduzir as necessidades de analgesia; reduzir a incidência da administração de ocitocina; e aumentando a incidência de parto vaginal espontâneo.”

Realizou-se um estudo exploratório que comparou os resultados do parto num grupo de mulheres que escolheram preparação de hipnose no pré-parto e outro que não o fizeram. De salientar que os grupos eram demograficamente semelhantes. A utilização de técnicas de hipnose durante a gravidez, resultou num uso significativamente menor de sedativos e analgesia durante o trabalho de parto. 51% das participantes não usaram qualquer tipo de analgesia e relataram o nível máximo de dor de 5,8 numa escala de 10. Segundo Field (2008), demonstrou-se a redução de analgesia Epidural, assim como uma classificação da dor inferior, bem como redução da ansiedade, do medo e de complicações do parto.


Menos necessidade de intervenções e Cesariana

A taxa de Cesariana varia entre 5 a 8% nos partos por Hypnobirthing, em comparação com a taxa nacional de 36%.
Segundo a apresentação realizada em 2012 pelo Royal Wolverhampton Hospitals, também afeta as taxas de Cesariana: Cesariana de emergência: menos 11%- População geral do estudo (15%) e mães Hypnobirthing (4%) (Royal Wolverhampton Hospitals, 2012)
Cesariana eletiva: menos 6%- População geral do estudo (10%) e mães Hypnobirtning (4%) (Royal Wolverhampton Hospitals, 2012 )

84 a 99% dos partos por Hypnobirthing não tiveram necessidade de qualquer intervenção. Mais incidência em parto vaginal: População em geral (64%)- Mães Hypnobirthing (84%)- (Royal Wolverhampton Hospitals, 2012)


Menos ansiedade e mais concentração

O estudo de Abbasi (2009) descreve o efeito da hipnose sobre o alívio da dor durante o trabalho de parto. Assim, usando uma abordagem qualitativa, mulheres grávidas foram treinadas para usar a auto-hipnose para o parto. As mulheres descreveram seus sentimentos sobre a hipnose durante o trabalho de parto como “uma sensação de alívio e consolo, autoconfiança, satisfação, diminuição do medo do parto natural, diminuição do cansaço e da ansiedade.” Ainda, expressaram maior concentração no trabalho do útero. Demonstraram, inegavelmente, consciência de todos os estágios do trabalho de parto e pensamentos positivos. Os partos foram portanto percebidos como sendo muito satisfatórios em comparação com suas experiências anteriores.


Experiência mais confortável e positiva

O estudo realizado por Finlayson et al (2015) demonstra que as grávidas que fizeram auto-hipnose relataram experiências inesperadamente positivas durante o parto e nascimento e, em alguns casos, o ceticismo inicial deu lugar á confiança e crença na técnica. A pesquisa comparou as experiências de parto de 200 grávidas. Metade fez um curso tradicional de preparação para o parto enquanto a outra metade usou técnicas de de Hypnobirthing. As mães que usaram Hypnobirthing relatam que a experiência foi mais confortável e positiva. Tiveram também menos intervenções e mais apoio do(a) parceiro(a) de nascimento.

Conclui-se também que as técnicas aprendidas e desenvolvidas com o Hypnobirthing assumem-se como importantes estratégias de coping face às imprevisibilidades do parto ou perante eventuais complicações no decurso do mesmo (Phillips-Moore, 2012).


Referências bibliográficas:

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    Fonte da imagem: site tendencee.com.br